quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ARIANO SUASSUNA E O FORRÓ ATUAL

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'.
A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça.

Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do Forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo-folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se.

Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo -folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental... As estrelas da turbo-folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem.

Quando canta uma canção (canção?) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Causos do Rei do Baião


A Oitava

Corria o ano de 1978,interior do Ceará, cidadizinha pequena,toda a população reunida, aos domingos, para a feira já tradicional...

Pois bem,a história que vou relatar aconteceu com um senhor,chamado Seu Doca, que morava no sertão mesmo,um distrito da cidade que ficava ha uns 15km da sede, e que todo domingo vinha à feira, no seu jumento.

Ao chegar, sempre seu Doca fazia as compras da semana, depois ia ao bar, tomar sua pinguinha e, depois, voltava pra casa.

Só que ele tinha comprado uma radiola (para tocar vinil), então, foi a um vendedor de uma banca de vinil e K7 e, ao chegar, apeou do seu jumentinho e foi logo falando:

-Bom dia seu morço! Eu tô percurano de um Longuiprêi qui tem a musga da "oitava". Será que o cumpade num tinha ai?

-Tenho sim, mas todos esses discos aqui meu senhor tem a oitava música, disse o vendedor, mostrando dezenas de discos de vinil.

-Mas eu quero é o da musga qui chama Oitava, tem? Perguntou seu Doca.

-Então vamos testar alguns pra ve se a gente encontra,ta certo?

E foram testando os LPs. Já tinha ouvido a oitava música de quase trinta discos... e nada de encontrar a música de seu Doca.

Foi quando o vendedor falou:

-Será que o senhor nao poderia cantar um pouco dessa música pra gente ouvir?... Aí, ficaria mas fácil da gente encontrar.
-Só qui eu num lembru agora, cumpade! Minha memória tá meia fraca, eu so sei que é a da "Oitava", disse seu Doca.

Testaram mas uns vinte, ja se tinham passado mas de duas horas e nada de encontrar a música, quando o vendedor lembrou de uma música e disse:
-Ja sei,deve ser a Oitava Sinfonia de Beethoven, seré que é essa seu Doca? É essa né? Até que enfim!!

-Nunca ovi fala nesse bitôvi, mas só sei que é a "Oitava".

O vendedor colocou a Oitava Sinfonia de Beethoven, e, para sua tristeza, não era a musica desejada.

Depois de quase três horas, o vendedor desistiu e disse a Seu Doca que não tinha a música, e a menos que ele cantasse uma parte dela, seria muito difícil de encontrá-la.

Seu Doca disse:

-Pois bem seu môço, eu vô mimbora,ja que voismicê num teim a "Oitava".

Seu Doca montou em seu jumento, deu a volta, quando, de repente, lhe veio à lembrança a tal música! Desmontou rápido e disse ao vendedor com entusiasmo:

-Lembrei!! Lembrei!! Lembrei, Seu Môço. Mi lembrei da "Oitava".

-Que maravilha seu Doca, agora cante um pedacinho, que, com certeza, eu terei o seu LP.

E Seu Doca, para o espanto e alegria de todos, disse, todo contente:

-A musga e assim, homi:

"OITAVA NA PENÊRA ,
OITAVA PENERANO,
OITAVA NUM NAMÔRO,
OITAVA NAMORANO..."

Seu Doca era um grande fã de LUIZ GONZAGA, mas no seu linguajar do sertao, não sabia a letra correta da música, trocando a parte de: EU TAVA por OITAVA.

Essa estória é contada aqui por meus parentes mas antigos, passou-se na cidade de PENTECOSTE-CE.

Se é verdade não posso provar, mas só sei que foi assim!!

A Música é FARINHADA, foi gravada por Gonzaga, em 1982, no LP "Eterno Cantador"

Mas, no interior, pela simplicidade do nosso matuto, ela ainda é conhecida até hoje como OITAVA, por causa do refrão!

E viva o Povo Brasileiro!!!


COntribuição: Régis
Fonte: www.luizluagonzaga.com.br

Causos de Luiz Gonzaga (Véio Macho)


1977, NA ESTRADA

EM 1977, Luiz Gonzaga estava divulgando seu excelente LP "CAPIM NOVO" por todo o Nordeste, sem apoio de gravadora nem nada.

Passou num lugarejo, no interior de Canindé-CE, chamado VILA CAMPOS, no entroncamento que vai para Quixadá.

Sem chapéu, sem gibão, não foi reconhecido de imediato... Até que um curioso, meio tímido, aproximou-se e perguntou:

- O Senhor é Luiz Gonzaga???

- Seu criado...

Era um botequim desses de beira de estrada, que vende bolo, café e paçoca... Luiz passou a tarde todinha conversando com os matutos e ainda deu uns LP's para alguns fãs. Ô Cabra arretado, o Seu Luiz!!!



Contribuição Arievaldo Viana Lima
Fonte:www.luizluagonzaga.com.br

Causos de Luiz Gonzaga


Circo do Interior!

Quando retornava de um show em uma cidade do interior da Paraíba, Luiz avistou, do carro um circo desses bem humildes, que transita de um lugar para o outro, um circo mambembe!

Ele então pediu para o motorista levá-lo mais próximo. Ficou observando do carro a vida daquelas pessoas humildes que por intermédio do circo, faziam as pessoas sorrirem em troca da própria sobrevivência.

Um senhor do circo o viu, veio até o carro e disse:

o Sr. Não é Luiz Gonzaga?

Ele disse: Sim, sou eu mesmo!,

E o que o senhor faz por aqui? Perguntou o dono do circo, espantado!

Luiz falou: Vim pedir pra você anunciar que, hoje à noite, Luiz Gonzaga, vai tocar neste circo!.

O homem, meio que sem jeito, falou:

Sr. Luiz, a gente não tem condições de pagar um artista que nem o senhor!

E Luiz respondeu: Anuncie assim mesmo, homi, que Luiz Gonzaga vai tocar aqui esta noite! E tocou o carro pra pista...

À noite, o circo, simples e tão desestruturado que nem cobertura tinha, estava lotado, só com a noticia de que Luiz iria ali estar.

Ele procedeu como combinado e na hora acertada, apareceu, tocou por quase 1 hora!

No final, o dono do circo chegou para Luiz e falou, com toda honestidade de um sertanejo simples:

Seu Luiz, divida o apurado como o Sr. achar justo!

Luiz olhou para o bolão de dinheiro que ele segurava e falou:

Este dinheiro é teu, home! Agora, cria vergonha e compra uma lona nova por circo! Se eu passar por aqui de novo, não vou querer cantar ao relento! Esse dinheiro é pra vc melhorar seu circo e também a tua vida!

Apertou a mão do novo amigo... e partiu!

Esse era o velho Lua!!!


Contribuilçao: Roberto Amaral

Fonte:www.luizluagonzaga.com.br

domingo, 19 de outubro de 2008

Globo Esporte

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Causos de Luiz Gonzaga


PELA VARIG
Essa, eu estava na hora em que Luiz Gonzaga chegou ao gabinete do prefeito de Juazeiro do Norte - CE, Manoel Salviano, em 1985.

Dispensando qualquer cerimônia e simples como ele só, entrou acompanhado por alguns funcionários que o admiravam e foi dizendo:

“Prefeito, estou chegando do Rio de Janeiro pela Varig e antes de seguir pro meu Exu, vim lhe fazer um pedido muito importante”.

O prefeito já estava de pé e foi logo abraçando Gonzaga e respondeu imediatamente:

“Pode pedir seu Luiz. Um pedido seu aqui na terra do Padre Cícero é uma ordem!”.

Gonzagão foi enfático e praticamente deu um ultimato ao prefeito:

“Em nome do povo de Juazeiro e do meu Padim Pade Ciço Romão Batista, faça uma correspondência à Direção da Varig e peça que a Companhia determine aos seus pilotos, que quando vierem para pouso em Juazeiro do Norte, procedam da mesma forma como procedem no Rio de Janeiro!

Lá, Salviano, eles, os pilotos, fazem questão de anunciar que, do lado tal da aeronave, está o monumento do Cristo Redentor.

Por que não fazer o mesmo procedimento em Juazeiro, dizendo que ao lado esquerdo da aeronave está o monumento ao padre Cícero?..."

Não deu outra:

A solicitação foi feita no mesmo dia, à Varig, através do seu presidente Hélio Smith, que determinou o procedimento.

E, a partir desse dia, em todas as aeronaves, no momento do pouso, os pilotos falavam o jeito que Gonzagão pediu.

"Senhores Passageiros, estamos procedendo a um pouso normal, de escala, na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará. Do lado esquerdo da Aeronave os senhores podem observar a magnífica estátua do Padre Cícero Romão Batista, Padroeiro da cidade e de todo o Nordeste!
Sejam bem-vindos e... Viva o Padre Cícero!"

Oxente! Rei é Rei!...


Contribuição: Roberto Bulhões

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ENTREVISTA: LAMPIÃO E MARIA BONITA/JUAZEIRO DO NORTE-CE

Lampião, durante sua visita a Juazeiro do Norte, para onde se dirigira a convite do padre Cícero Romão, para integrar o Batalhão Patriótico no combate à coluna Prestes, foi entrevistado pelo médico de Crato, Dr. Octacílio Macêdo. Naquela ocasião, como dissemos anteriormente, Lampião estava hospedado no sobrado de João Mendes de Oliveira e, durante a entrevista, foi várias vezes à janela, atirando moedas para o povo que se aglomerava na rua.Essa entrevista é considerada pelos historiadores como peça fundamental no estudo e no conhecimento do fenômeno do cangaço. Vale a pena transcrever seus trechos mais importantes, atualizando a linguagem e traduzindo os numerosos termos regionais para a linguagem de hoje.A entrevista teve dois momentos. O primeiro foi travado o seguinte diálogo:- Que idade tem?- Vinte e sete anos.- Há quanto tempo está nesta vida?- Há nove anos, desde 1917, quando me ajuntei ao grupo do Senhor Pereira.- Não pretende abandonar a profissão?A esta pergunta Lampião respondeu com outra:- Se o senhor estiver em um negócio, e for se dando bem com ele, pensará porventura em abandoná-lo? Pois é exatamente o meu caso. Porque vou me dando bem com este "negócio", ainda não pensei em abandoná-lo.- Em todo o caso, espera passar a vida toda neste "negócio"?- Não sei... talvez... preciso porém "trabalhar" ainda uns três anos. Tenho alguns "amigos" que quero visitá-los, o que ainda não fiz, esperando uma oportunidade.- E depois, que profissão adotará?- Talvez a de negociante.- Não se comove a extorquir dinheiro e a "variar" propriedades alheias?- Oh! mas eu nunca fiz isto. Quando preciso de algum dinheiro, mando pedir "amigavelmente" a alguns camaradas.Nesta altura chegou o 1° tenente do Batalhão Patriótico de Juazeiro, e chamou Lampião para um particular. De volta avisou-nos o facínora:- Só continuo a fazer este "depoimento" com ordem do meu superior. (Sic!)- E quem é seu superior?- ! !- Está direito...Quando voltamos, algumas horas depois, à presença de Lampião, já este se encontrava instalado em casa do historiador brasileiro João Mendes de Oliveira.Rompida, novamente, a custo, a enorme massa popular que estacionava defronte à casa, penetramos por um portão de ferro, onde veio Lampião ao nosso encontro, dizendo:- Vamos para o sótão, onde conversaremos melhor.Subimos uma escadaria de pedra até o sótão. Aí notamos, seguramente, uns quarenta homens de Lampião, uns descansando em redes, outros conversando em grupos; todos, porém, aptos à luta imediata: rifle, cartucheiras, punhais e balas...- Desejamos um autógrafo seu, Lampião.- Pois não.Sentado próximo de uma mesa, o bandido pegou da pena e estacou, embaraçado.- Que qui escrevo?- Eu vou ditar.E Lampião escreveu com mãos firmes, caligrafia regular.
"Juazeiro, 6 de março de 1926Para... e o Coronel...Lembrança de EU.Virgulino Ferreira da Silva.Vulgo Lampião".
Os outros facínoras observavam-nos, com um misto de simpatia e desconfiança. Ao lado, como um cão de fila, velava o homem de maior confiança de Lampião, Sabino Gomes, seu lugar-tenente, mal-encarado.-É verdade, rapazes! Vocês vão ter os nomes publicados nos jornais em letras redondas...A esta afirmativa, uns gozaram o efeito dela, porém parece que não gostaram da coisa.- Agora, Lampião, pedimos para escrever os nomes dos rapazes de sua maior confiança.- Pois não. E para não melindrar os demais companheiros, todos me merecem igual confiança, entretanto poderia citar o nome dos companheiros que estão há mais tempo comigo.E escreveu:
1 - Luiz Pedro2 - Jurity3 - Xumbinho4 - Nuvueiro5 - Vicente6 - JuremaE o estado maior:1 - Eu, Virgulino Ferreira2 - Antônio Ferreira3 - Sabino Gomes.
Passada a lista para nossas mãos fizemos a "chamada" dos cabecilhas fulano, cicrano, etc.Todos iam explicando a sua origem e os seus feitos. Quando chegou a vez de "Xumbinho", apresentou-se-nos um rapazola, quase preto, sorridente, de 18 anos de idade.- É verdade, "Xumbinho"! Você, rapaz tão moço, foi incluído por Lampião na lista dos seus melhores homens... Queremos que você nos ofereça uma lembrança..."Xumbinho" gozou o elogio. Todo humilde, tirou da cartucheira uma bala e nos ofereceu como lembrança...- No caso de insucesso com a polícia, quem o substituirá como chefe do bando?- Meu irmão Antônio Ferreira ou Sabino Gomes...- Os jornais disseram, ultimamente, que o tenente Optato, da polícia pernambucana, tinha entrado em luta com o grupo, correndo a notícia oficial da morte de Lampião.- É ,o tenente é um "corredor", ele nunca fez a diligência de se encontrar "com nós"; nós é que lhe matemos alguns soldados mais afoitos.- E o cel. João Nunes, comandante geral da polícia de Pernambuco, que também já esteve no seu encalço?- Ah, este é um "velho frouxo", pior do que os outros...Neste momento chegou ao sótão uma "romeira" velha, conduzindo um presente para Lampião. Era um pequeno "registro" e um crucifixo de latão ordinário. "Velinha", apresentando as imagens: "Stá aqui, seu coroné Lampião, que eu truve para vomecê".- Este santo livra a gente de balas? Só me serve si for santo milagroso.Depois, respeitosamente, beijou o crucifixo e guardou-o no bolso. Em seguida tirou da carteira um nota de 10$000 e gorgetou a romeira.- Que importância já distribuiu com o povo do Juazeiro?- Mais de um conto de réis.Lampião começou por identificar-se:- Chamo-me Virgulino Ferreira da Silva e pertenço à humilde família Ferreira do Riacho de São Domingos, município de Vila Bela. Meu pai, por ser constantemente perseguido pela família Nogueira e em especial por Zé Saturnino, nossos vizinhos, resolveu retirar-se para o município de Águas Brancas, no estado de Alagoas. Nem por isso cessou a perseguição.- Em Águas Brancas, foi meu pai, José Ferreira, barbaramente assassinado pelos Nogueira e Saturnino, no ano de 1917. Não confiando na ação da justiça pública, por que os assassinos contavam com a escandalosa proteção dos grandes, resolvi fazer justiça por minha conta própria, isto é, vingar a morte do meu progenitor. Não perdi tempo e resolutamente arrumei-me e enfrentei a luta. Não escolhi gente das famílias inimigas para matar, e efetivamente consegui dizimá-las consideravelmente.Sobre os grupos a que pertenceu:- Já pertenci ao grupo de Sinhô Pereira, a quem acompanhei durante dois anos. Muito me afeiçoei a este meu chefe, porque é um leal e valente batalhador, tanto que se ele ainda voltasse ao cangaço iria ser seu soldado.Sobre suas andanças e seus perseguidores:- Tenho percorrido os sertões de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, e uma pequena parte do Ceará. Com as polícias desses estados tenho entrado em vários combates. A de Pernambuco é disciplinada e valente, e muito cuidado me tem dado. A da Paraíba, porém, é uma polícia covarde e insolente. Atualmente existe um contingente da força pernambucana de Nazaré que está praticando as maiores violências, muito se parecendo com a força paraibana.Referindo-se a seus coiteiros, Lampião esclareceu:- Não tenho tido propriamente protetores. A família Pereira, de Pajeú, é que tem me protegido, mais ou menos. Todavia, conto por toda parte com bons amigos, que me facilitam tudo e me consideram eficazmente quando me acho muito perseguido pelos governos.- Se não tivesse de procurar meios para a manutenção dos meus companheiros, poderia ficar oculto indefinidamente, sem nunca ser descoberto pelas forças que me perseguem.- De todos meus protetores, só um traiu-me miseravelmente. Foi o coronel José Pereira Lima, chefe político de Princesa. É um homem perverso, falso e desonesto, a quem durante anos servi, prestando os mais vantajosos favores de nossa profissão.A respeito de como mantém o grupo:- Consigo meios para manter meu grupo pedindo recursos aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam de prestar-me auxílio.Se estava rico?- Tudo quanto tenho adquirido na minha vida de bandoleiro mal tem chegado para as vultuosas despesas do meu pessoal - aquisição de armas, convindo notar que muito tenho gasto, também, com a distribuição de esmolas aos necessitados.A respeito do número de seus combates e de suas vítimas disse:- Não posso dizer ao certo o número de combates em que já estive envolvido. Calculo, porém, que já tomei parte em mais de duzentos. Também não posso informar com segurança o número de vítimas que tombaram sob a pontaria adestrada e certeira de meu rifle. Entretanto, lembro-me perfeitamente que, além dos civis, já matei três oficiais de polícia, sendo um de Pernambuco e dois da Paraíba. Sargentos, cabos e soldados, é impossível guardar na memória o número dos que foram levados para o outro mundo.Sobre as perseguições e fugas deixou claro:- Tenho conseguido escapar à tremenda perseguição que me movem os governos, brigando como louco e correndo rápido como vento quando vejo que não posso resistir ao ataque. Além disso, sou muito vigilante, e confio sempre desconfiando, de modo que dificilmente me pegarão de corpo aberto.- Ainda é de notar que tenho bons amigos por toda parte, e estou sempre avisado do movimento das forças.- Tenho também excelente serviço de espionagem, dispendioso mas utilíssimo.Seu comportamento mereceu alguns comentários bastante francos:- Tenho cometido violências e depredações vingando-me dos que me perseguem e em represália a inimigos. Costumo, porém, respeitar as famílias, por mais humildes que sejam, e quando sucede algum do meu grupo desrespeitar uma mulher, castigo severamente.Perguntado se deseja deixar essa vida:- Até agora não desejei, abandonar a vida das armas, com a qual já me acostumei e sinto-me bem. Mesmo que assim não sucedesse, não poderia deixá-la, porque os inimigos não se esquecem de mim, e por isso eu não posso e nem devo deixá-los tranquilos. Poderia retirar-me para um lugar longinguo, mas julgo que seria uma covardia, e não quero nunca passar por um covarde.Sobre a classe da sua simpatia:- Gosto geralmente de todas as classes. Aprecio de preferência as classes conservadoras - agricultores, fazendeiros, comerciantes, etc., por serem os homens do trabalho. Tenho veneração e respeito pelos padres, porque sou católico. Sou amigo dos telegrafistas, porque alguns já me tem salvo de grandes perigos. Acato os juizes, porque são homens da lei e não atiram em ninguém.- Só uma classe eu detesto: é a dos soldados, que são meus constantes perseguidores. Reconheço que muitas vezes eles me perseguem porque são sujeitos, e é justamente por isso que ainda poupo alguns quando os encontro fora da luta.Perguntado sobre o cangaceiro mais valente do nordeste:- A meu ver o cangaceiro mais valente do nordeste foi Sinhô Pereira. Depois dele, Luiz Padre. Penso que Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento. Já recebi ferimentos gravíssimos e nem por isso me entreguei à prisão.- Conheci muito José Inácio de Barros. Era um homem de planos, e o maior protetor dos cangaceiros do nordeste, em cujo convívio sentia-se feliz.Questionado sobre ferimentos em combate, contou:- Já recebi quatro ferimentos graves. Dentre estes, um na cabeça, do qual só por um milagre escapei. Os meus companheiros também, vários têm sido feridos. Possuímos, porém, no grupo, pessoas habilitadas para tratar dos ferimentos, de modo que sempre somos convenientemente tratados. Por isso, como o senhor vê, estou forte e perfeitamente sadio, sofrendo, raramente, ligeiros ataques reumáticos.Sobre ter numeroso grupo:- Desejava andar sempre acompanhado de numeroso grupo. Se não o organizo conforme o meu desejo é porque me faltam recursos materiais para a compra de armamentos e para a manutenção do grupo - roupa, alimentação, etc. Estes que me acompanham é de quarenta e nove homens, todos bem armados e municiados, e muito me custa sustentá-los como sustento. O meu grupo nunca foi muito reduzido, tem variado sempre de quinze a cinquenta homens.Sobre padre Cícero Lampião foi bem específico:- Sempre respeitei e continuo a respeitar o estado do Ceará, porque aqui não tenho inimigos, nunca me fizeram mal, e além disso é o estado do padre Cícero. Como deve saber, tenho a maior veneração por esse santo sacerdote, porque é o protetor dos humildes e infelizes, e sobretudo porque há muitos anos protege minhas irmãs, que moram nesta cidade. Tem sido para elas um verdadeiro pai. Convém dizer que eu ainda não conhecia pessoalmente o padre Cícero, pois esta é a primeira vez que venho a Juazeiro.Em relação ao combate aos revoltosos:- Tive um combate com os revoltosos da coluna Prestes, entre São Miguel e Alto de Areias. Informado de que eles passavam por ali, e sendo eu um legalista, fui atacá-los, havendo forte tiroteio. Depois de grande luta, e estando com apenas dezoito companheiros, vi-me forçado a recuar, deixando diversos inimigos feridos.A respeito de sua vinda ao Ceará:- Vim agora ao Cariri porque desejo prestar meus serviços ao governo da nação. Tenho o intuito de incorporar-me às forças patrióticas do Juazeiro, e com elas oferecer combate aos rebeldes. Tenho observando que, geralmente, as forças legalistas não têm planos estratégicos, e daí os insucessos dos seus combates, que de nada tem valido. Creio que se aceitassem meus serviços e seguissem meus planos, muito poderíamos fazer.Sobre o futuro Lampião mostrou-se incerto, apesar de ter planos:- Estou me dando bem no cangaço, e não pretendo abandoná-lo. Não sei se vou passar a vida toda nele. Preciso trabalhar ainda uns três anos. Tenho de visitar alguns amigos, o que não fiz por falta de oportunidade. Depois, talvez me torne um comerciante.Aqui termina a entrevista concedida por Lampião em Juazeiro.Na despedida Lampião nos acompanhou até a porta. Pediu nosso cartão de visita e acrescentou:- Espero contar com os "votos" dos senhores em todo tempo!- Que dúvida... respondemos.Como sabemos, Lampião, o "Rei do Cangaço", não viveu o suficiente para ver todos seus planos concretizados.* Vera Ferreira é parente de Lampião - (in http://www.infonet.com.br/lampiao)
Fonte:www.memorialpernambuco.com.br

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Caruaru - Estátua gigante homenageia Frei Damião

Uma estátua de Frei Damião com dez metros de altura e 24 toneladas promete aquecer o turismo religioso em São Joaquim do Monte, no Agreste pernambucano. A obra, do artista plástico Caxiado, levou quatro meses para ficar pronta e será abençoada amanhã, depois de uma missa na Igreja Matriz. A inauguração oficial acontece no dia 31, quando termina a romaria de Frei Damião, que todos os anos reúne milhares de fiéis. A estátua foi construída no Alto do Cruzeiro, ponto mais alto da cidade, 500 metros acima do nível do mar. No local existia há 11 anos uma imagem do capuchinho com 3,8 metros. Esse monumento será reformado e instalado na entrada da cidade. A nova escultura é feita em concreto e ferro e foi construída a partir de fotos do religioso ainda jovem, mas com características específicas, como terço e batina com um capuz diferente. Foram utilizados 400 sacos de cimento. Como a estátua foi construída em cima de uma pedra de 11 metros de altura e tem um metro de base, ficará com 22 metros de altura. A idéia foi do padre Pedro Antônio Filho, que prometeu ao Frei Damião, de quem era amigo pessoal. "Após a missa haverá uma caminhada até o santuário, onde haverá a bênção", explica o padre. Sete assistentes trabalharam na construção da estátua. Caxiado tem outras obras espalhadas pelo Agreste, entre elas uma estátua de Luiz Gonzaga, no Parque de Eventos de Caruaru, e a imagem de Plínio Pacheco, no teatro de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova. "É uma alegria poder realizar o sonho de outras pessoas. É uma satisfação ver essa felicidade e a confiança no meu trabalho", diz Caxiado. As obras de reforma da capela, da casa de promessa e dos banheiros do santuário devem estar prontas no dia 28, quando começa a 15ª romaria. O evento religioso inclui apresentações artísticas, culturais, shows com padres cantores e com as bandas Super Oara, Alternativa e Nostalgia. Frei Damião nasceu Pio Giannotti, no dia 5 de novembro de 1898, em Bozzano, norte da Itália, e chegou ao Brasil em 1931. Até a sua morte, em 1997, fazia peregrinações pelo Nordeste. Seu corpo está no Convento de São Félix, no Pina, Zona Sul do Recife.
Fonte: www.miséria.com.br

EU QUERO O MEU SERTÃO DE VOLTA

EU QUERO O MEU SERTÃO DE VOLTA!Nos últimos dez anos tenho viajado freqüentemente pelo sertão de Pernambuco, e assistido, não sem revolta, a um processo cruel de desconstrução da cultura sertaneja com a conivência da maioria das prefeituras e rádios do interior. Em todos os espaços de convivência, praças, bares, e na quase maioria dos shows, o que se escuta é música de péssima qualidade que, não raro, desqualifica e coisifica a mulher e embrutece o homem.O que adianta as campanhas bem intencionadas do governo federal contra o alcoolismo e a prostituição infantil, quando a população canta "beber, cair e levantar", ou "dinheiro na mão e calcinha no chão" ? O que adianta o governo estadual criar novas delegacias da mulher se elas próprias também cantam e rebolam ao som de letras que incitam à violência sexual? O que dizer de homens que se divertem cantando "vou soltar uma bomba no cabaré e vai ser pedaço de puta pra todo lado" ? Será que são esses trogloditas que chegam em casa, depois de beber, cair e levantar, e surram suas mulheres e abusam de suas filhas e enteadas? Por onde andam as mulheres que fizeram o movimento feminista, tão atuante nos anos 70 e 80, que não reagem contra essa onda musical grosseira e violenta? Se fazem alguma coisa, tem sido de forma muito discreta, pois leio os três jornais de maior circulação no estado todos os dias, e nada encontro que questione tamanha barbárie. E boa parte dos meios de comunicação são coniventes, pois existe muito dinheiro e interesses envolvidos na disseminação dessas músicas de baixa qualidade.
E não pensem que essa avalanche de mediocridade atinge apenas os menos favorecidos da base de nossa pirâmide social, e com menor grau de instrução escolar. Cansei de ver (e ouvir) jovens que estacionam onde bem entendem, escancaram a mala de seus carros exibindo, como pavões emplumados, seus moderníssimos equipamentos de som e vídeo na execução exageradamente alta dos cds e dvds dessas bandas que se dizem de forró eletrônico. O que fazem os promotores de justiça, juízes, delegados que não coíbem, dentro de suas áreas de atuação, esses abusos?Quando Luiz Gonzaga e seus grandes parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas criaram o forró, não imaginavam que depois de suas mortes essas bandas que hoje se multiplicam pelo Brasil praticassem um estelionato poético ao usarem o nome forró para a música que fazem. O que esses conjuntos musicais praticam não é forró! O forró é inspirado na matriz poética do sertanejo; eles se inspiram numa matriz sexual chula! O forró é uma dança alegre e sensual; eles exibem uma coreografia explicitamente sexual! O forró é um gênero musical que agrega vários ritmos como o xote, o baião, o xaxado; eles criaram uma única pancada musical que, em absoluto, não corresponde aos ritmos do forró! E se apresentam como bandas de "forró eletrônico"! Na verdade, Elba Ramalho e o próprio Gonzaga já faziam o verdadeiro forró eletrônico, de qualidade, nos anos 80.
Em contrapartida, o movimento do forró pé-de-serra deixa a desejar na produção de um forró de qualidade. Na maioria das vezes as letras são pouco criativas; tornaram-se reféns de uma mesma temática! Os arranjos executados são parecidos! Pouco se pesquisa no valioso e grande arquivo gonzaguiano. A qualidade técnica e visual da maioria dos cds e dvds também deixa a desejar, e falta uma produção mais cuidadosa para as apresentações em geral.Da dança da garrafa de Carla Perez até os dias de hoje formou-se uma geração que se acostumou com o lixo musical! Não, meus amigos: não é conservadorismo, nem saudosismo! Mas não é possível o novo sem os alicerces do velho! Que o digam Chico Science e o Cordel do Fogo Encantado que, inspirados nas nossas matrizes musicais, criaram um novo som para o mundo! Não é possível qualidade de vida plena com mediocridade cultural, intolerância, incitamento à violência sexual e ao alcoolismo!
Mas, felizmente, há exemplos que podem ser seguidos. A Prefeitura do Recife tem conseguindo realizar um São João e outras festas de nosso calendário cultural com uma boa curadoria musical e retorno excelente de público. A Fundarpe tem demonstrado a mesma boa vontade ao priorizar projetos de qualidade e relevância cultural.Escrevendo essas linhas, recordo minha infância em Serra Talhada, ouvindo o maestro Moacir Santos e meu querido tio Edésio em seus encontros musicais, cada um com o seu sax, em verdadeiros diálogos poéticos! Hoje são estrelas no céu do Pajeú das Flores! Eu quero o meu sertão de volta!Anselmo Alves


Fonte: www.luizluagonzaga.com.br




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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Praça José Gomes de Sá


Praça José Gomes de Sá em Bodocó, localizada no centro comercial da cidade, conhecida ainda hoje por muita gente como praça da independência, palco de muitas diversões como: comícios, carnavais e eventos culturais; Foi durante muito tempo, local de passeio dos freqüentadores de tertulhas e festas da S.U.B (Sociedade União Bodocoense). Nossa praça é um dos principais locais de comércio, sendo ocupado por feirantes (segunda-feira) e transitada por centenas de pessoas que passam por ali diariamente, em direção principalmente ao comércio e ao Colégio CERU João Carlos Lócio de Almeida.

Biblioteca pública Videlina Gomes da Silva e teatro Aladino Gomes de Sá




Hoje, este local é destinado exclusivamente para leitura, pesquisas e apresentações teatrais. Durante muito tempo foi palco de muitas diversões como: tertulhas, carnavais e festas em geral; Fazendo parte da história de muitos de nós. Eu fiz parte de uma geração que fez uso deste local com suas calorosas tertulhas e festas, principalmente nos anos 80, década que considero de ouro na minha vida e que foi sem dúvida década de explosão deste local que se chamava clube ou S.U.B(Sociedade União Bodocoense). Hoje sem dúvida este local traz boas recordações na mente de cada pessoa que, por ventura, passou sua adolescência curtindo os embalos de domingo à noite.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

70 anos da morte de Lampião

Madrugada de 28 de julho de 1938. O sol ainda não tinha nascido. O grupo de cangaceiros, tendo à frente Virgulino Ferreira, o Lampião, e sua mulher, Maria Bonita, tinha acabado de rezar o ofício de Nossa Senhora e se preparava para tomar o primeiro café-da-manhã, quando os estampidos de rifles e metralhadoras quebraram o silêncio da madrugada e a tranqüilidade da Grota do Angico, no Estado de Sergipe, onde os cangaceiros estavam escondidos. "De repente, o refúgio virou um inferno", descreveu o cangaceiro "Sereno", um dos sobreviventes da tragédia. Depois de 15 minutos de tiroteio, 11 cangaceiros estavam mortos: Lampião, Maria Bonita, Luiz Pedro, Quinta-feira, Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Dos 35 cangaceiros que estavam acampados, 24 fugiram. Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, 40 anos, foi abatido com três tiros: um na cabeça, um no peito esquerdo, outro no abdômen. Maria Bonita, sua mulher, foi baleada e morta a facadas enquanto implorava pela vida. O soldado Adrião Pedro de Souza, o grande herói esquecido do combate de Angicos, completava a dúzia de vítimas. Dois outros cangaceiros gravemente feridos morreriam dois dias depois na fazenda de um coiteiro — nome dado a quem acolhia os cangaceiros —, que ficava nas proximidades. No dia seguinte, os jornais de todo o País, e até do exterior, estamparam a sensacional notícia nas suas primeiras páginas. A do New York Times dizia: "Foi morto Lampião cego de um olho, um dos mais temíveis bandidos do mundo ocidental!". Terminava a incrível história de um menino que nasceu no Sítio Passagem de Pedras, a 42 quilômetros de Serra Talhada, em Pernambuco. Era o fim do cangaço. Comemorações A epopéia de Angicos, que marcou o fim do cangaço, está sendo lembrada nesta segunda-feira, em várias cidades do Nordeste. Em Serra Talhada, terra natal de Lampião, os 70 anos de morte do filho ilustre estão sendo comemorados desde o último sábado, com uma programação que incluiu exibição de filmes, apresentações de violeiros e grupos de xaxado, além de produtos artesanais que apontam a influência de Virgulino Ferreira nos mais variados aspectos da cultura popular. O evento é promovido pela "Fundação Cultural Cabras de Lampião", com o nome "Tributo a Virgulino". Na programação, está previsto o passeio turístico "Nas pegadas de Lampião", com visitas agendadas a locais que marcaram a história do Rei do Cangaço, como o Riacho de São Domingos, o Sítio Passagem das Pedras, onde Lampião nasceu, e a Serra Grande, onde aconteceu o maior combate da história do cangaço. Além disso, o Ponto de Cultura Artes do Cangaço realiza Feira de Artesanato. Em Sergipe, onde Lampião morreu, ocorrerá uma missa no dia 28 de julho, na Grota do Angico. Um grupo de xaxado participa da celebração como se fosse composto por cangaceiros. Toda a comunidade do entorno da grota comparece. Em Poço Redondo, Sergipe, será realizado um encontro de autores que escreveram sobre o cangaço, entre os quais, Antônio Aumaury, João de Souza Lima, Alcino Alves Costa e o cearense Magérbio Lucena, autor do livro "Lampião e o Estado Maior do Cangaço". Também estarão presentes nas atividades, Expedita e Vera Ferreira, filha e neta de Virgulino Lampião e Maria Bonita.
Fonte: www.miséria.com.br

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Terra Amada


Minha querida Bodocó, minha terra, meu lugar, cidade linda e abençoada por São José seu padroeiro, localizada no estado de Pernambuco, na mesoregião do Sertão do Araripe e microrregião de Araripina, fica ao norte com o estado do Ceará, ao sul com Parnamirim, ao leste com Exu e Granito e a oeste com Ipubi e Ouricuri. Temos um clima Semi-Árido, com uma população estimada em 33000 habitantes, possuindo uma densidade populacional de quase 16.07 habitantes por quilômetro quadrado segundo IBGE. Esta cidade maravilhosa de gente hospitaleira e simpática foi fundada em 1924.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tragetória de Vida


Nelblu de Sousa Albuquerqe, filho de Geovane coriolano Albuquerque e Maria de Lourdes de Sousa, nasceu na cidade de Ouricuri no dia 03 de outubro e com poucas horas do nascimento retornei para minha querida Bodocó, onde estudei de início na LBA (legião Brasileira de Assistência), dei continuidade no Grupo escolar Artur Barros Cavalcante e no colégio Municipal Antônia Lócio da Cruz , passando depóis a estudar no CERU João Carlos Lócio de Almeida , onde terminei o ginásio e tive o prazer de fazer várias amizades, até hoje graças a Deus preservadas, como o meu compadre e amigo James Fábio, George, Lucival Medeiros, Romero ,Vandinho, Eldinho ,entre outros.Em 1986 passei a estudar na cidade do Crato, precisamente na Escola Agrotécnica Federal onde também fui contemplado com calorosas amizades e aventuras inesquecíveis.
Em 1991 iniciei na cidade de Araripina o curso superior em Ciências Biológicas, onde tive o prazer de conviver com várias pessoas de altíssimo valor, como Anselmo Bezerra, Lucinaldo Barbosa e Rubsteine Wiliian(Tainho), amigos de infância que deram uma contribuição favorável a minha formação.
Em agosto de 1994 retornei ao Ceará a convite do meu amigo Romero, com o intuito de trabalhar e começar uma vida nova repleta de responsabilidades e aventuras; chegando no Ceará, morei no Crato, e comecei a trabalhar em Juazeiro do Norte, depois passei a morar definitivamente na terra do meu Padre cícero .chegando em Juazeiro do Norte, comecei a trabalhar em algumas escolas como: Paraíso das crianças, colégio star, Moreira de Sousa, Clotilde Saraiva Coelho, Escola Técnica do Comercio e nessa mesma época ministrei alguns cursos de matemática financeira e comercial no senac. No final de 1997 passei em um concurso público da educação, tendo assim realizado um sonho de poder trabalhar com segurança e tranqüilidade, nesse mesmo ano prestei concurso pela prefeitura de Juazeiro do Norte onde também obtive êxito selando assim, minha trajetória de concursos relacionados a educação.Nessa mesma década fiz dezenas de cursos relacionados a educação solidificando mais ainda minha experiência como educador, dentre eles cito minha pós- graduação em Biologia geral, pela Universidade Salgado de Oliveira (Rio de Janeiro), que foi uma tarefa muito árdua em minha vida
Em julho de 2000, minha vida teve uma mudança muito satisfatória, onde casei e minha vida tomou um rumo muito interessante e cheio de responsabilidades, principalmente com a chegada de nossa filha Andresa, que foi e é uma das coisas mais importante de minha vida. Hoje mim considero um homem digno e feliz, pelo fato de ter uma esposa maravilhosa, uma filha encantadora e uma mãe inestimável que é sem dúvida um exemplo de dignidade e honestidade, e tenho toda convicção que tudo que faço de bom na vida é em decorrência de seus ensinamentos e agradeço de coração ao homem lá de cima, pelo fato de ter me dado a chance de ter nascido filho de Maria de Lourdes de Sousa.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

MUNDO INFANTIL


Personagens que fazem parte do mundo maravilhoso e encantado de nossa filha Andresa, tornando-a mais alegre e comunicativa.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Não sei se é verdade, só sei que o povo conta

Duas amigas passaram a noite toda bebendo
Quando voltaram para casa, resolveram urinar num
Cemitério, próximo a uma tumba. A primeira se abaixou, urinou,
Tirou a calcinha, se secou e jogou-a fora. A outra urinou e quando acabou
Pensou:Eu não vou jogar a minha calcinha nova fora. Agiu rápido e puxou
A fita de uma coroa que estava sobre o túmulo e se secou. Na manhã seguinte
O marido de uma ligou para o marido da outra e disse: A coisa está feia. A minha mulher chegou ontem com a cara cheia de cachaça e sem calcinha. Aí o outro respondeu: Pior foi a minha, que chegou com uma fita presa na calcinha com os dizeres: Jamais te esqueceremos: FABIN DE SEU JAIME,CHIDOTE, JUNIOR DE JAIME, JAJÁ DE BEBÉ DE ZÉ PIRES E NELBLUZINHO.

Brahmeticamente falando vejam as caras de felicidade desses brahmeiros diante de algumas brahmosas estupidamente geladas.
O interessante é que nossos amigos ficam felizes todo final de semana, chegando a um determinado momento em que todos se tornam: ricos ,bonitos, valentes e cobertos de razão, tudo isso por excesso de felicidade ocasionada pelas brahmosas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

FAMÍLIA X ANIMAL




Não poderia deixar de mostrar e escrever sobre o grande amigo fiel da família , que enquanto todos dormem ele faz a segurança da casa, eu acho!!! O nosso cão tem um poder muito grande de nos proporcionar alegria e felicidade com suas travessuras e brincadeiras , fazendo com que nosso dia se torne mais prazeroso e repleto de harmonia, sendo demonstrado visivelmente por nossa filha andresa.


quinta-feira, 12 de junho de 2008

PROJETO REVIVENDO GONZAGÃO


Caros amigos gonzaguianos, é com o coração estrapolado de alegria, que desenvolvo na minha escola, com apóio do núcleo gestor e alguns professores, o projeto revivendo gonzagão; Para mim foi muito graficante e satisfatório poder mostrar de forma abrangente, um caçuar de informações prazerosas sobre o homem que com sua sanfona branca deu dignidade a música nordestina, e conseguiu interpretar de maneira humilde, a poesia da vida sertaneja, que o seu canto imortalizou.Caros amigos gonzaguianos falar de luiz gonzaga é falar de tudo que há de mais belo e maravilhoso em nosso cenário sertanejo; é falar do vaqueiro, do fazendeiro, curandeiro, feiticeiro, padres, plantas, aves, raízes, açudes, riachos, animais e outros elementos da natureza citadas nas poesias do nosso estimado Luiz Lua Gonzaga.A voz de Luiz Gonzaga atravessou o país inteiro e ecuou nos quatro canto do mundo, e fez questão de citar nas suas músicas, o mais simples e humilde animal característico do nordeste brasileiro, o nosso jumento.Muito obrigado seu Luiz por mostrar ao Brasil e o mundo a nossa cultura, os nossos costumes e a sabedoria de um povo humilde e trabalhador que ainda castigado pela constante falta d'água ainda consegue manter seu povo e sua região com suas pequenas lavouras e criatórios.Caros amigos visitem o nosso projeto e sejam bem vindos ao presente e a imortalidade de nossa cultura e arte da obra de Luiz Gonzaga do Nascimento o nosso estimado rei do baião.valeuuuuu!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

COLABORADORES DO PROJETO REVIVENDO GONZAGÃO

Introduçao: O presente trabalho tem por objetivo levantar informações a respeito da vida do ícone da música nordestina: Luiz gonzaga, que além de compositor e cantor, é considerado o maior divulgador da cultura nordestina. Este estudo nos permitirá entender o processo cultural desenvolvido neste contexto. Luiz Gonzaga possui caracteristicas únicas, estilo próprio de cantar, compor, vestir-se. Suas músicas obtiveram grande sucesso. Tendo como maior destaque "ASA BRANCA " que nos leva a refletir sobre o fenômeno devastador da seca, suas consequências, e descaso por parte de nossos políticos.
Estes elementos históricos e culturais projetam-nos a necessidade de resgatar e divulgar a cultura nordestina através da figura humana e iluminada de Luiz Gonzaga- o rei do baião.
MATERIAL E MÉTODO: Este trabalho baseia-se nas pesquisa bibliográfica e em entrevistas divulgadas em sites. Em uma primeira etapa realizaremos um levantamento de fatos históricos diretamente relacionados á vida e obra do cantor e compositor Luiz Gonzaga.Em uma segunda etapa daremos continuidade á pesquisa já realizada como parte do projeto apresentação a comunidade escolar, e que tem como objetivo como objetivo resgatar a história do povo nordestino.
RESULTADO: Percebe-se a partir de pesquisas a necessidade de valorização e resgate da história do povo nordestino, consagrando ídolos, que difundiram a trajetória cultural do povo nordestino.
CONCLUSÃO: Pretende-se ao final deste trabalho contribuir, com o material levantado, para a consolidação da difusão e divulgação da história do povo nordestino cantada por Luiz Gonzaga, o rei do baião.
COLABORADORES DO PROJETO:
1-Antônio Mariano dos Santos ( Coordenador Financeiro)
2-Jasmelina Furtado de Almeida (Coordenadora Pedagógica